Buscando aliar paisagem urbana, agrícola e natural, o especialista em manejo florestal Roger Alberto Villalobos Soto, da Tropical Agricultural Research and High Education Center (Catie), explicou o exemplo dos bosques modelo. A alternativa para a integração sustentável entre áreas urbanas, áreas agrícolas e conservação de ecossistemas foi apresentada nesta quarta (23), no 2º Congresso Mineiro de Biodiversidade, que acontece em Belo Horizonte.
Segundo Roger Soto, os bosques modelo são únicos em virtude do alcance e flexibilidade de seu enfoque, da amplitude de sua base de associados e pelas políticas de desenvolvimento que podem influenciar. "A maior parte da população vive fora dos bosques e não tem um bom entendimento da importância dessas áreas. Apenas com a integração das pessoas e uma produção agrícola ambientalmente sustentável, podemos ter a recuperação de ecossistemas importantes para a preservação da biodiversidade", completa.
Os bosques modelos são importantes, ainda, pelo seu papel de corredores biológicos, pois estão localizados em regiões urbanas e agrícolas, fazendo uma interação com as áreas de proteção integral. "As áreas são como veias de conectividade da fauna, flora, recursos hídricos e áreas urbanas", explica Sotto.
Origem
O conceito "Bosque Modelo" foi utilizado pela primeira vez no Canadá em 1992, em referência a um programa inovador para desenvolver práticas de uso sustentável de áreas florestais. Essas áreas seriam um "modelo" que outros locais poderiam reproduzir as práticas.
Em Minas Gerais, o projeto é desenvolvido pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema), por meio do Instituto Estadual de Florestas (IEF) nos Bosques Modelo da Mata Atlântica (Floresta Estadual de Uaimii, no município de Ouro Preto) e do Pandeiros (Áreas de Preservação Ambiental do Rio Pandeiros, Coxa e Gibão, no município de Januária). As áreas foram reconhecidas pela Rede Regional de Bosques Modelo para América Latina e Caribe em 2005.
23/04/2008
Sala de Imprensa/ 2º Combio
