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Instituto Estadual de Florestas - IEF

Cetras Patos de Minas é referência no recebimento e cuidado com fauna silvestre na região

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 Foto: Divulgação/IEF

Cirurgiacetras Dentro

Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres já recebeu quase seis mil animais desde sua criação, em 2019

 

Gerenciado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), o do Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras) Patos de Minas, inaugurado em 2019, se consolida cada vez mais como essencial no recebimento, reabilitação e soltura de animais silvestre nas regiões do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas. O Cetras Patos de Minas incrementou um sistema público que já contava com três Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) e um Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), que são compartilhados com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

 

A unidade de Patos é exclusiva do IEF e foi planejada com o objetivo de receber e reabilitar, em uma mesma estrutura, os animais apreendidos pelos órgãos de fiscalização e aqueles entregues por particulares ou de recolhimento. Atualmente, a cidade de Divinópolis também conta com um Cetras gerenciado exclusivamente pelo IEF.

 

Os Cetras concentram todas as etapas de atendimento, desde o recebimento, identificação, marcação, triagem, realização de exames clínicos, físico e comportamental dos animais silvestres, até o tratamento, a reabilitação e a devolução ao seu ambiente natural. Tudo isso com uma estrutura robusta, que vem contribuindo na conservação da fauna silvestre nas regiões do Alto Paranaíba, Triângulo Mineiro e Noroeste de Minas, que são as mais beneficiadas com a unidade.

 

Ainda em 2023, serão inauguradas duas novas unidades nos municípios de Gouveia e Januária, ambos no Norte do estado. Em maio de 2023, foi assinado Termo de Cooperação Técnica entre o IEF e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para a criação de um novo Cetras no estado. A nova unidade, especializada no recebimento de aves silvestres, será construída no município de Lavras, Sul de Minas, e deverá ser inaugurada no primeiro semestre de 2024.

 

Equipe

 

A equipe do Cetras atualmente é composta por um médico veterinário, um biólogo, quatro cuidadores de animais, quatro vigilantes e uma auxiliar de serviços gerais. O biólogo do Cetras, Nelson Fernandes de Oliveira Neto, conta que começou a trabalhar na unidade em 2019, como tratador de animais.

 

De acordo com o veterinário Rafael Ferraz de Barros, já foram recebidos no local, 5.961 animais. As espécies mais recebidas foram a Maritaca (Psittacara leucophtalmus), o Papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), o Coleirinho (Sporophila caeruluscens) e o Canário-da-terra (Sicalis flaveola).  

 

Com relação aos animais reinseridos na natureza, Rafael Ferraz explica que a soltura depende muito do quadro clínico e comportamental de cada paciente no momento do recebimento. “Normalmente os psitacídeos e mamíferos (em especial os que chegam ainda filhotes) são aqueles que demandam maior período de reabilitação e os passeriformes são os que demandam menor período de reabilitação”, observa.

 

Ferraz chama a atenção para o trabalho desenvolvido nas Áreas de Soltura de Animais Silvestres (ASAS). “Todos os psitacídeos e passeriformes são encaminhados aos parceiros ASAS para realização da soltura branda. Já no caso dos mamíferos e répteis, cada caso é avaliado individualmente”, comenta.


Atendimento

 

Ao dar entrada no Cetras Patos de Minas, o animal passa pelo ambulatório, onde é realizada uma avaliação clínica e comportamental. São verificados parâmetros fisiológicos básicos, com o objetivo de determinar a condição de cada animal.

 

Na maioria das espécies de aves são colocadas anilhas feitas de aço inox ou alumínio na região da ‘canela’ dos animais. Essas anilhas possuem um número único e servem como ‘documento de identidade’ de cada um dos espécimes. Todos os procedimentos clínicos, histórico e destinação do animal ficam vinculados a esse número. Já no caso dos mamíferos e répteis, são implantados microchips de identificação que ficam alojados no tecido subcutâneo, sem causar nenhum tipo de desconforto.

 

Caso o animal apresente má condição clínica ou alguma doença, ainda no setor ambulatorial são realizados exames complementares. De acordo com a condição e espécie, o animal pode ser destinado para diferentes setores: quarentena de aves, quarentena de aves de rapina, quarentena de mamíferos, sala de filhotes ou setor de internação.

 

Em caso de necessidade de realização de procedimentos cirúrgicos, o Cetras dispõe de um bloco cirúrgico composto por sala de preparo, sala de cirurgia e sala de recuperação pós-anestésica. O Cetras conta ainda com todos os equipamentos cirúrgicos e anestésicos apropriados para realização de procedimentos de pequena e média complexidade.

 

Toda essa estrutura foi construída em um terreno de mais de 9 mil metros quadrados cedido ao IEF pela prefeitura de Patos de Minas. O Cetras tem área construída de 1,1 mil metros quadrados e tem capacidade de atendimento de até 3 mil animais por ano. A construção do Cetras foi feita com recursos de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com empresas da região e mediado pelo Ministério Público Estadual, com a participação da Fundação Educacional de Patos de Minas (FEPAM).

 

Além de todas as dependências cirúrgicas, de quarentena e reabilitação, a estrutura do Cetras ainda conta com um setor de nutrição, composto por cozinha com unidade refrigeradora para frutas e vegetais, freezer para carnes e outros equipamentos especializados para elaboração e preparo de dietas adequadas para cada espécie e uma sala de apoio para armazenamento de sementes e rações. Quanto ao cuidado com os colaboradores, o Cetras conta com sala de reuniões, recepção, cozinha e banheiros adaptados para cadeirantes.

 

Emerson Gomes
Ascom/Sisema

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