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Instituto Estadual de Florestas - IEF

Em trabalho conjunto, IEF realiza queima prescrita no PE Serra do Intendente

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Foto: Evandro Rodney

manejo do fogo dentro

O Manejo Integrado do Fogo  é realizado para prevenir incêndios florestais com  o uso intencional de fogo para manejo de vegetação, nativa ou exótica

 

O Instituto Estadual de Florestas (IEF), com apoio de servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Proteção à Biodiversidade (ICMBio), realizou, na primeira quinzena de abril, atividades de queima prescrita no Parque Estadual Serra do Intendente, localizado em Conceição do Mato Dentro. A ação visa prevenir ocorrências de incêndios florestais na unidade de conservação.

 

A queima prescrita faz parte do Plano Regional de Manejo Integrado do Fogo de Minas Gerais. O projeto-piloto está sendo desenvolvido em outras duas unidades de conservação localizadas no Vale do Jequitinhonha, além da Serra do Intendente: os parques estaduais Rio Preto e Pico do Itambé.

 

O Manejo Integrado do Fogo (MIF) para fins de prevenção ou de combate a incêndios florestais é uma prática que envolve o uso intencional de fogo para manejo de vegetação, nativa ou exótica, abrangendo técnicas de aceiro negro, fogo de supressão ou equivalentes visando reduzir a ocorrência ou a severidade dos incêndios florestais, bem como combater as chamas, quando em propagação. Em Minas Gerais, a prática é regulamentada no interior e entorno das áreas de preservação estaduais desde 2020, com a publicação do Decreto Estadual 47.919/2020.

 

Além das queimas, as atividades do MIF envolvem supressão e até a recuperação de áreas atingidas pelos incêndios em datas passadas. Esta foi a segunda atividade do tipo neste ano no Parque Estadual Serra do Intendente. A primeira ação foi em março.

 

Benefícios

 

As queimas prescritas são importantes para reduzir a biomassa acumulada, protegendo as áreas de incêndios futuros, principalmente em épocas severas, compreendidas entre agosto e outubro, quando há registros de baixa umidade relativa do ar e de elevado ressecamento da vegetação. As características citadas fazem com que o fogo atinja grandes proporções, causando danos graves à flora e à fauna.

 

Panorama diferente da queima prescrita, que em nada se assemelha aos graves incêndios. É o que garante o gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Previncêndio) do IEF, Rodrigo Belo. “As queimas controladas são normalmente muito brandas, não atingindo sequer a copa de pequenos arbustos, deixando muitas áreas não queimadas dentro do perímetro manejado”, afirmou.

 

A atividade no Parque Estadual Serra do Intendente também contou com a expertise de Rodrigo Falleiro, analista ambiental do PrevFogo, do Ibama. Falleiro, responsável pelas queimas prescritas promovidas pelo órgão, destaca os três resultados principais da ação: redução de incêndios, dos custos para extingui-los e dos danos causados por eles. O fogo, na atividade feita de forma planejada, também é benéfico para a biodiversidade.

 

“A queima prescrita não ajuda só na prevenção dos incêndios, uma vez que o fogo é elemento essencial para a conservação do cerrado e para preservação da biodiversidade do cerrado. Como resultado desse manejo adequado do fogo, colocado na hora certa, observamos um aumento da biodiversidade. Além disso, os indígenas também relatam aumento na produção de fruto”, ressaltou o analista.

 

Sucesso

 

De acordo com o gerente do parque, Marcos Alexandre dos Santos, a atividade foi um sucesso e contou com apoio de parceiros, voluntários da comunidade local e de servidores da Prefeitura Municipal de Conceição do Mato Dentro. A ação, de acordo com Marcos, será importante para proteger matas e nascentes em um eventual incêndio no futuro.

“Fizemos a queima em uma área manejada de 55 hectares. Foi uma das queimas mais bem-sucedidas após a criação do decreto, porque vai abrir espaço para várias queimas aqui na unidade de conservação”, avaliou.

 

Rodrigo Falleiro também citou a legislação que regulamenta a prática do manejo do fogo em Minas, destacando o pioneirismo do estado no Brasil. “Minas Gerais deu um passo importantíssimo para ter uma melhora na gestão de fogo nas suas unidades de conservação. É um dos estados pioneiros, junto com Tocantins, em modificar e adaptar sua legislação para essas novas diretrizes no Brasil e no mundo ao implementar o manejo do fogo e reconhecer o papel ecológico do fogo em alguns ecossistemas”, frisou.

 

Quem também esteve presente durante os três dias de queima prescrita no parque foi Daniel Rios, servidor do Parque Nacional das Sempre Vivas, do ICMBio. Ele também acredita que a ação reduzirá a gravidade de eventuais incêndios na unidade de conservação. “Vejo com muita alegria as unidades estaduais estarem se empenhando nessa atividade, especialmente o Intendente, unidade que historicamente já sofre com a ocorrência desses incêndios”, concluiu.

 

Matheus Adler
Ascom/Sisema

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