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Instituto Estadual de Florestas - IEF

Alvíssaras meu senhor!

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Devido ao fato da importante descoberta do ‘cachorro-do-mato-vinagre' no Parque Estadual Veredas do Peruaçu, propomos que este Parque seja denominado de hoje em diante como Parque Estadual Veredas dos Janauiras, sinal da nossa fé e esperança na força da vida.

O reencontro destes animais em Minas Gerais confirma que a vida, conforme escreveu Hubertt Reeves, "é extraordinariamente robusta. É inteiramente verossímil que ela sobreviverá, persistirá e se desenvolverá para além da crise contemporânea. A questão para nós, seres humanos, é saber se ainda estaremos aqui, e imaginar quantas espécies teremos arrastado em nosso naufrágio. A preservação das plantas, dos animais e dos homens faz parte do mesmo combate, da mesma luta pela sobrevivência".

 

figuracachorro

 

 

Este magnífico Parque Estadual administrado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), criado em 27 de setembro de 1994, é a mais importante área que em Minas Gerais se protegeu no passado, protege no presente e há de continuar a proteger no futuro, esta espécie hoje quase extinta no Planeta Terra.

Não foi possível ainda fotografá-los ao vivo no seu ambiente, mas brevemente vamos conseguir. Nesta publicação registramos algumas fotos tiradas nesta ocasião do habitat e das pegadas deste misterioso ‘janauira' de cor vinagre com perna, orelha e cauda curta.

Para manter as populações dos janauiras vivas no sertão mineiro é preciso conservar e aumentar ainda mais a área deste Parque, seu habitat natural, integrando-a através de corredores biológicos com as outras áreas protegidas. Só assim Minas Gerais continuará progredindo sem perder definitivamente os elementos que formam a sua riqueza biológica ou biodiversidade. A extinção é para sempre. Também para os janauiras Minas Gerais deverá ser um lugar bom de se viver.

A ameaça do aquecimento global e de perda da Biodiversidade podem ser as duas grandes tragédias que os nossos filhos e netos enfrentarão por nossa culpa. Eles um dia nos amaldiçoarão se continuarmos a pensar ignorantemente que depois de nós pode vir o dilúvio.

Se planejarmos e conduzirmos o progresso humano com sabedoria e visão de futuro certamente continuaremos a ver no sertão mineiro as pegadas vivas não só dos misteriosos ‘Janauiras' mas também dos ‘caititus', das ‘antas', dos ‘guarás', dos ‘tamanduás bandeira', dos ‘jacarés de papo amarelo', dos ‘jacus', das ‘cutias', das ‘pacas', dos ‘furões', dos ‘saruês', dos ‘jaguaretês', das ‘suçuaranas', dos ‘tatus canastras', das ‘seriemas' e de muitas outras manifestações sagradas da vida em sua colorida diversidade tropical.

Este é o grande patrimônio natural de Minas Gerais. Conserva-lo é a sagrada missão do IEF.

Que S. Francisco de Assis, irmão da luz, do fogo, da água, das flores e dos bichos nos abençoe.

Que as águas frias e abundantes das veredas conservadas e abençoadas pelos vigilantes buritis altaneiros continuem a correr rio a baixo dessedentando homens, animais e plantas.

Célio Murilo Carvalho Valle
Biólogo, professor e, atualmente, Diretor de Biodiversidade do IEF

Texto de responsabilidade do autor

 

 

 

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