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Instituto Estadual de Florestas - IEF

Pesquisa avalia impactos de incêndios florestais no Parque Estadual da Serra do Intendente

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Fotos: Marcos Santos e Otávio Ribeiro

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Pesquisa avalia efeitos do fogo sobre vegetação nativa em áreas do entorno do Parque Estadual da Serra do Intendente

 

O manejo integrado do fogo, a pesquisa em unidades de conservação estaduais e a proteção da biodiversidade se unem em uma ação em curso no Parque Estadual da Serra do Intendente. O trabalho, desenvolvido em forma de pesquisa, é desenvolvido por um pesquisador voluntário de Conceição do Mato Dentro, que analisa os efeitos do fogo na vegetação nativa em áreas do entorno do Parque. A unidade de conservação é administrada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), que faz parte do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema).

 

Os trabalhos avaliam a regeneração de espécies de vegetação campestre após serem submetidas a incêndios. As ações estão sendo feitas até o momento fora dos limites da unidade de conservação, nos aceiros negros que são áreas feitas para evitar a propagação do fogo de incêndios florestais. Elas têm como objetivo obter informações essenciais para aperfeiçoar as técnicas de Manejo Integrado do Fogo (MIF) de forma a diminuir os impactos da aplicação dessa atividade. 

 

O gerente do Parque Estadual da Serra do Intendente, Marcos Alexandre dos Santos, explica que a prática dos aceiros negros já é feita há 5 anos nessa unidade de conservação e ressalta que a pratica é bastante difundida não só na América do Sul, bem como em outros países do mundo. A técnica de confecção de aceiro utiliza o fogo em faixa de terreno de largura e comprimento variável, de forma planejada, monitorada e controlada, para fins de prevenção ou de combate a incêndio florestal. Já o aceiro comum é faixa onde a continuidade da vegetação é interrompida ou modificada com a finalidade de dificultar a propagação do fogo e facilitar o seu combate.

 

O trabalho irá trazer bagagem científica para avaliar o impacto da prática sobre a vegetação campestre e nas espécies típicas como Sempre-Vivas, para que possam crescer e germinar após os incêndios florestais. “Existem trabalhos feitos pela academia como a UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri) e também pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade)”, explica Santos. A vegetação do Parque Estadual da Serra do Intendente é composta em 78,5% por Campos Rupestres e Campos de Altitude.

 

Em 2020, o Governador Romeu Zema assinou o Decreto Estadual 47.919 que regulamenta o manejo integrado do fogo no interior e entorno das unidades de conservação administradas pelo IEF. O procedimento é indicado para fins de prevenção ou de combate a incêndio florestal é uma prática que envolve o uso intencional de fogo para manejo de vegetação, nativa ou exótica. Ele abrange as técnicas de aceiro negro, de fogo de supressão ou equivalentes, com vistas a reduzir a ocorrência ou a severidade dos incêndios florestais, bem como de combatê- los, quando em propagação.

 

PESQUISA

 

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O Parque da Serra do Intendente é uma das 93 unidades de conservação estaduais de Minas Gerais

 

O responsável pela pesquisa é o botânico e engenheiro agrônomo Otávio Ribeiro que, em 2019, propôs à gerência do parque a realização da pesquisa. No mesmo ano, na ocasião da queima dos aceiros negros pela equipe do IEF e também pela equipe de voluntários da Brigada da Amda, foram marcadas todas as parcelas de regeneração monitoradas. Foram fotografadas todas as parcelas e identificadas as espécies nelas presentes. “Um ano depois, em 2020, retornamos às parcelas anteriormente queimadas nos aceiros negros para repetir as medições” explica.

 

“Observei que dentre todas as espécies ocorrentes nas parcelas, a maior parte das componentes da vegetação campestre em biomassa, como as Poaceae (grama), Eriocaulaceae, Cyperaceae e Xyridaceae (plantas nativas locais) são como o esperado: resilientes ao fogo. Contudo as Melastomataceae dos gêneros Microlicia e Lavoisiera e as arnicas (do gênero Lychnophora) não são. Indivíduos de vários anos de desenvolvimento sucumbem à ação do fogo”, afirma Otávio.

 

“Desta forma já sabemos que populações destas espécies devem ser desviadas ao traçar o trajeto do aceiro negro. Elas ocorrem nos campos rupestres em função das exigências evolutivas de relevo e substrato formando as populações conhecidas popularmente como ‘reboleiras’ sendo facilmente identificadas e desviadas”, propõe Otávio.

 

O Parque Estadual da Serra do Intendente é uma das 93 unidades de conservação estaduais de Minas Gerais. Ele possui 13.508 hectares de área e abriga, entre outras atrações, a Cachoeira de Tabuleiro. Atualmente, a unidade de conservação, está com a visitação interrompida em função da pandemia do coronavírus, assim como as demais 92 unidades sob gestão do IEF.

 

Emerson Gomes
Ascom/Sisema 

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