História da primeira UC do Brasil é destaque em Congresso

Ter, 19 de Junho de 2007 07:10

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O aniversário de 70 anos da primeira unidade de conservação criada no Brasil — o Parque Nacional do Itatiaia, localizado na divisa de Minas Gerais com o Rio de Janeiro — e a experiência acumulada pelo país desde então foram tema da palestra do jornalista Marcos Sá Correia no 5º Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), que acontece em Foz do Iguaçu (PR) até o próximo dia 21.

Marcos Sá Correia observa que na época da criação do Parque, em 1937, foi questionada a validade de investir numa área pequena – 12 mil hectares. “Estava em vigor um pensamento proveniente dos Estados Unidos que definia os Parques como monumentos nacionais”, explica. Em 1982, a área da unidade de conservação foi ampliada para 30 mil hectares.

A área onde hoje é o Parque foi adquirida em 1908 pelo Governo Brasileiro de Henrique Lineu Faria de Souza, filho de Irineu Evangelista de Souza, o Visconde de Mauá, um dos personagens mais ricos da história brasileira. “A área, no entanto, não era mais passível de preservação, mas sim de reconstituição”, destaca o jornalista e historiador.

“O Vale do Paranaíba sofreu uma devastação muito rápida pelas atividades agrícolas e a geração que primeiro destacou a importância de conservar a área assistiu à sua destruição”, afirma o Marcos Sá Correia.

O Parque Nacional do Itatiaia tem áreas nos municípios mineiros de Itamonte e Bocaína de Minas e em Alagoa, no Rio de Janeiro. A unidade de conservação abriga uma reserva importante de Mata Atlântica com destaque para a presença de jequitibás, quaresmeiras e cedros, dentre outras espécies da flora. Na fauna, destaca-se a presença de mamíferos como a anta e a paca, além de uma enorme diversidade de aves.

Rio Doce

A história do trabalho de preservação do Parque Nacional do Itatiaia encontra paralelo com a do primeiro Parque Estadual de Minas Gerais, o Rio Doce, criado em 1944. A unidade de conservação, administrada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), está situada na porção sudoeste de Minas Gerais, na região do Vale do Aço, nos municípios de Marliéria, Dionísio e Timóteo e abriga a maior área de Mata Atlântica do Estado em seus 36.970 hectares.

“Da mesma forma que o Parque Nacional do Itatiaia, o Rio Doce teve um intervalo entre sua efetiva criação e as primeiras ações para preservar a área”, afirma o gerente de Gestão de Unidades de Conservação do IEF, Roberto Alvarenga Coelho. As primeiras iniciativas para preservar a área surgiram no início da década de 1930, pelo arcebispo de Mariana, Dom Helvécio Gomes de Oliveira que, visitando a região ficou impressionado com a beleza da mesma.

O Parque Estadual do Rio Doce abriga um notável sistema lacustre, composto por quarenta lagoas naturais, dentre as quais destaca-se a Lagoa Dom Helvécio, com 6,7 Km2 e profundidade de até 32,5 metros. As lagoas abrigam uma grande diversidade de peixes. Também é possível observar inúmeras espécies de aves e outros animais da fauna brasileira, alguns deles ameaçadas de extinção como a onça pintada, o macuco e o mono-carvoeiro, maior primata das Américas.

 

Fonte:

Assessoria de Comunicação

Sistema Estadual de Meio Ambiente

da Sala de Imprensa do 5º Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação